Primeiro papa americano adota o nome Leão XIV — entenda o motivo da escolha
Ao ser eleito o primeiro papa americano da história, o cardeal Robert Prevost surpreendeu ao adotar o nome de Papa Leão XIV. A escolha remete a uma tradição antiga e carrega significados simbólicos que indicam o tom que seu pontificado pode seguir, despertando curiosidade e interpretações entre fiéis, estudiosos e analistas religiosos.
CURIOSIDADES
Sr. Curioso
5/10/20253 min read


Eleição histórica: Papa Leão XIV marca início de uma nova era no Vaticano
No dia 8 de maio, a Praça de São Pedro foi palco de um momento histórico: a fumaça branca subiu da Capela Sistina e anunciou ao mundo a escolha de um novo papa. Após menos de 48 horas de votação, os cardeais elegeram o americano Robert Prevost como o 267º pontífice da Igreja Católica — o primeiro nascido nos Estados Unidos a ocupar o cargo em mais de dois mil anos de história. Ao adotar o nome de Papa Leão XIV, Prevost surpreendeu fiéis e especialistas, que rapidamente começaram a especular sobre os rumos que sua liderança poderá tomar.
A eleição de um papa americano não era esperada. Antes de Francisco, o último pontífice não europeu havia sido Gregório III, um sírio, no século VIII. Com 67 anos, Prevost tem um perfil incomum: missionário no Peru, foi bispo de Chiclayo entre 2015 e 2023, e antes disso liderou a Ordem de Santo Agostinho por mais de uma década. Fluente em espanhol, com forte atuação em comunidades marginalizadas da América Latina, ele se destacou por defender o diálogo inter-religioso e projetos sociais — o que pode ter contribuído para a rápida convergência em torno de seu nome durante o conclave.
A escolha do título “Leão XIV” também chamou atenção. O último papa com esse nome, Leão XIII, governou entre 1878 e 1903 e é lembrado por sua tentativa de equilibrar tradição com abertura à modernidade. Foi ele quem publicou a encíclica Rerum Novarum, que abordava os direitos dos trabalhadores em plena Revolução Industrial. A referência histórica sugere que Leão XIV pretende seguir uma linha semelhante: conservar a doutrina católica, mas com sensibilidade às questões sociais contemporâneas, como migração, pobreza e desigualdade.
A reação política foi imediata. O presidente dos EUA, Donald Trump, comemorou em sua rede social: “Parabéns ao cardeal Robert Francis Prevost, agora Papa. É uma honra ter o primeiro papa americano. Ansioso para conhecer Leão XIV!” Apesar da celebração, o comentário gerou desconforto em setores da Igreja, que preferem manter distância de associações com líderes políticos.
Em sua primeira aparição pública como papa, Leão XIV adotou um discurso conciliador e esperançoso. Diante de milhares de fiéis na Basílica de São Pedro, afirmou: “Que a paz esteja com todos. Seguiremos os passos do Papa Francisco, buscando ser uma Igreja missionária, que constrói pontes e acolhe com caridade”. A menção direta a Francisco sinaliza continuidade em temas como ecumenismo, meio ambiente e acolhimento dos excluídos.
A escolha do nome “Leão XIV”, rompendo com a sequência numérica de papas anteriores, também gerou interpretações simbólicas. O número 14, segundo alguns teólogos, pode representar renovação e transição — uma possível indicação do desejo do novo pontífice de reconciliar diferentes correntes dentro da Igreja. O Vaticano reforçou essa leitura, destacando que o nome evoca “força intelectual e compromisso com a dignidade humana”, valores marcantes do papado de Leão XIII.
Leão XIV traz ainda uma bagagem internacional rara entre pontífices recentes. Além do inglês, domina o espanhol, o italiano e o latim. Passou parte de sua formação na África e atuou em missões humanitárias, convivendo com realidades diversas — de favelas peruanas a aldeias rurais em Gana. Essa vivência pode influenciar uma abordagem pastoral mais global e sensível às periferias do mundo.
Com mais de 1,3 bilhão de fiéis, a Igreja Católica entra agora em uma nova fase sob a liderança do primeiro papa americano. Entre os desafios que o aguardam estão a secularização, os escândalos internos e as pressões por reformas estruturais. O início de seu pontificado já carrega um forte simbolismo: a união de uma tradição histórica com a expectativa de mudança.