Nova era geológica? Rachadura visível divide continente e dá origem a oceano
Uma gigantesca rachadura no leste da África está chamando a atenção de cientistas do mundo todo. Visível a olho nu, essa fenda é resultado da separação das placas tectônicas e pode marcar o início de um novo oceano no futuro. Especialistas afirmam que esse processo, embora lento, representa uma transformação geológica de proporções históricas, abrindo caminho para a criação de um oceano onde hoje é terra firme.
CURIOSIDADES
Sr. Curioso
5/8/20253 min read


Já imaginou um continente inteiro se dividindo lentamente, abrindo caminho para um novo oceano? Parece ficção científica, mas está acontecendo na África Oriental. Forças geológicas poderosas estão redesenhando o mapa do planeta, e uma imensa fenda com mais de 6.000 quilômetros de extensão já corta países como Etiópia, Quênia e Moçambique. Esse processo impressionante transformará completamente a região ao longo dos próximos milhões de anos.
Trata-se do Sistema do Vale do Rift Africano, uma das zonas geologicamente mais ativas do mundo. Nessa região, três placas tectônicas — a Africana, a Somali e a Arábica — vêm se afastando desde a era dos dinossauros, há cerca de 25 milhões de anos. Apesar de o movimento ser lento e sutil, ele já provocou mudanças gigantescas: vales profundos, grandes lagos e cadeias montanhosas vulcânicas surgiram ao longo do tempo. O Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África, é uma das impressionantes formações originadas por esse fenômeno natural.
Um novo oceano pode estar nascendo no Chifre da África
Na região do Chifre da África — que abrange países como Somália e Etiópia — a separação das placas tectônicas está em pleno andamento. Ali, o continente africano se divide a uma velocidade de 2 a 5 centímetros por ano, ritmo surpreendentemente maior do que o crescimento das unhas humanas.
Com o passar de milhões de anos, essa movimentação deverá isolar o Chifre da África do restante do continente, transformando-o em uma gigantesca ilha. A rachadura, inicialmente preenchida por água, poderá se expandir até se ligar a outros corpos d'água, formando um novo oceano no mapa do planeta.
Quando a Terra se abriu: o evento que chocou os cientistas
Em 2005, um terremoto na região de Afar, na Etiópia, acelerou de forma inesperada a divisão continental. Em apenas dez dias, o solo se rompeu ao longo de 60 quilômetros, formando uma enorme fissura com até 8 metros de largura. Em alguns trechos, o terreno afundou 2 metros de uma vez — algo que normalmente levaria séculos para acontecer. Esse evento surpreendente revelou que a separação da África pode ocorrer em grandes saltos, e não apenas de maneira lenta e gradual, como se pensava.




Muito além da ciência: os impactos reais da divisão da África
A transformação do Vale do Rift não é apenas um fenômeno geológico — ela tem efeitos profundos na vida, na natureza e até na economia global. A região abriga ecossistemas únicos, como o lago Vitória e o deserto de Danakil, e está próxima ao estratégico Canal de Suez, uma rota essencial para o comércio mundial. Com o avanço da separação continental, especialistas alertam para possíveis mudanças em rotas marítimas, impactos na biodiversidade e alterações no clima local.
O Vale do Rift funciona como um laboratório vivo, onde vulcões ativos, fontes termais e lagos salgados revelam o poder das forças que moldam o planeta. Para quem vive ali, os sinais dessa transformação estão por toda parte: estradas que precisam ser refeitas, poços que secam e novas nascentes que surgem do nada.
A divisão da África nos lembra que a Terra está em constante mudança. Mesmo que o novo oceano leve milhões de anos para se formar por completo, cada tremor e cada nova rachadura são capítulos de uma história geológica ainda em construção.