Boxeadora Georgia O’Connor morre aos 25 anos após quatro meses com sintomas ignorados por médicos

A jovem boxeadora britânica Georgia O’Connor faleceu aos 25 anos após lutar contra um câncer cujo diagnóstico foi atrasado por quatro meses. Segundo relatos, ela procurou ajuda médica diversas vezes, mas teve seus sintomas ignorados. Sua morte gerou comoção e levantou questionamentos sobre possíveis falhas no atendimento médico.

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Sr. Curioso

5/23/20252 min read

Georgia O’Connor: uma estrela do boxe silenciada por um câncer ignorado

Aos 25 anos, a boxeadora britânica Georgia O’Connor teve sua trajetória interrompida de forma trágica. Reconhecida como uma das maiores promessas do boxe amador no Reino Unido, Georgia conquistou o ouro nos Jogos da Juventude da Commonwealth em 2017 e integrou a equipe olímpica britânica, o Team GB. No entanto, sua vida foi marcada por uma batalha que travou fora dos ringues — contra um câncer terminal que foi diagnosticado tardiamente após meses de alertas ignorados por médicos.

Natural de Durham, Inglaterra, Georgia brilhou nos ringues desde a adolescência. Aos 17 anos, já subia ao pódio como campeã. Era admirada não só por seu talento, mas também por sua energia contagiante e carisma.

Em janeiro de 2024, revelou em seu Instagram que havia sido diagnosticada com câncer em estágio avançado, após 17 semanas de dores intensas e uma sequência frustrante de consultas médicas. “Tenho câncer. E agora vou expor os incompetentes que deixaram isso acontecer”, escreveu.

Georgia já convivia com duas doenças crônicas sérias: colite ulcerativa e colangite esclerosante primária — ambas aumentando o risco de câncer. Ainda assim, segundo ela, os médicos minimizaram seus sintomas e recusaram exames de imagem, mesmo diante de fortes dores. Quando finalmente investigaram, o diagnóstico foi devastador: a doença havia se espalhado, com coágulos nos pulmões e poucas chances de tratamento.

Em meio à dor, manteve a mesma força que a definia como atleta. Em fevereiro, comemorou seu aniversário com um post cheio de coragem: “Tenho o que muitos consideram a pior doença do mundo, mas ainda sorrio, rio e sou eu mesma”. No mesmo ano, sofreu um aborto espontâneo — mais um golpe em meio à luta pela vida.

Duas semanas antes de morrer, casou-se com Adriano, seu companheiro de longa data. “09.05.2025. O dia em que me casei com o amor da minha vida”, escreveu em sua última publicação, ao lado de uma foto do casal sorrindo.

A morte de Georgia causou comoção. O presidente da promotora Boxxer, Ben Shalom, a chamou de “guerreira dentro e fora do ringue”. A campeã mundial Ellie Scotney lembrou: “Mesmo com a vida contada, seu sorriso nunca desapareceu”. A England Boxing destacou sua influência no esporte e o impacto de sua ausência.

O caso de Georgia O’Connor escancara a urgência de melhorias no atendimento a pacientes crônicos e a importância de ouvir os sinais do corpo — e das pessoas. Sua luta final, marcada por negligência médica, reforça que o silêncio diante da dor pode ser fatal. Seu legado vai além das medalhas: é uma história de força, luz e um alerta que não pode ser ignorado.