Alerta: câncer anal cresce e estudo revela quem corre mais risco
Um novo estudo acende o alerta sobre o crescimento dos casos de câncer anal. A pesquisa identifica os principais grupos afetados e destaca fatores que aumentam o risco, reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce
SAÚDE
Sr. Curioso
5/6/20252 min read


Câncer anal em alta: estudo revela crescimento preocupante entre mulheres idosas
Um estudo recente acendeu um sinal de alerta: os casos de câncer anal estão aumentando, especialmente entre grupos antes considerados de baixo risco. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, entre 2017 e 2021, a incidência da doença cresceu 2,9% ao ano entre mulheres e 1,6% entre homens. O dado mais surpreendente aponta para um avanço significativo entre mulheres brancas e hispânicas com mais de 65 anos — com aumentos anuais de 4,3% e 1,7%, respectivamente. Se essa tendência persistir, os diagnósticos podem dobrar em menos de duas décadas.
O câncer anal se desenvolve a partir da multiplicação de células anormais no canal anal, localizado no fim do reto. Os sintomas mais comuns incluem sangramento, sangue nas fezes, dor, coceira e caroços na região — sinais frequentemente confundidos com hemorroidas. Embora seja um tipo raro, a detecção precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento.
A principal suspeita para o avanço dos casos recai sobre o HPV (Papilomavírus Humano), responsável pela maioria dos tumores anais. Isso reforça a importância da vacinação como forma eficaz de prevenção. Nos EUA, a vacina foi introduzida em 2006, com foco em adolescentes antes do início da vida sexual. Com isso, mulheres atualmente acima dos 65 anos ficaram fora das campanhas iniciais. No Reino Unido, a imunização é oferecida a meninas e meninos a partir dos 12 anos.
O CDC (Centro de Controle de Doenças) recomenda a vacinação até os 26 anos, pois sua eficácia diminui após o contato com o vírus. Transmitido principalmente por contato sexual, o HPV também está relacionado a outros tipos de câncer, como os de colo do útero, boca, pênis, vulva e vagina.
A pesquisa foi apresentada na Digestive Disease Week e destaca a necessidade urgente de ampliar a conscientização sobre a vacinação e revisar diretrizes de rastreamento. A Dra. Ashley Robinson, médica residente e autora principal do estudo, defende a inclusão de mulheres idosas em programas de detecção precoce, especialmente para identificar infecções por HPV e alterações pré-cancerosas.
Atualmente, não existem recomendações oficiais para rastrear o câncer anal em mulheres mais velhas, mas os achados sugerem que essa estratégia pode ser essencial para conter o avanço da doença. Enquanto isso, especialistas alertam para a importância de reconhecer os sintomas e buscar atendimento médico diante de qualquer sinal incomum.
Com maior clareza sobre os grupos mais vulneráveis, a comunidade médica aposta na combinação entre vacinação, diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo para frear a escalada do câncer anal e de outras doenças relacionadas ao HPV. O desafio, no entanto, também passa pela conscientização da população e pelo fortalecimento das políticas públicas de saúde.