A história da morte mais dolorosa já vivida: 83 dias de sofrimento e lágrimas de sangue

Conheça o relato impressionante de um homem que enfrentou 83 dias de uma dor insuportável, chorando sangue durante todo o sofrimento. Um caso chocante que desafia o limite da resistência humana.

CURIOSIDADES

Sr. Curioso

5/28/20252 min read

Em 30 de setembro de 1999, uma rotina de trabalho na usina de combustível nuclear de Tokaimura, no Japão, se transformou em um dos piores acidentes radiológicos já registrados.

Três trabalhadores — Hisashi Ouchi, Masato Shinohara e Yutaka Yokokawa — foram responsáveis por preparar uma nova solução de urânio para as barras de combustível nuclear.

O procedimento exigia extrema precisão, pois eles precisavam misturar manualmente o uranil nitrato em um tanque de precipitação. No entanto, uma combinação de falhas ocorreu: os funcionários não tinham o treinamento adequado para essa tarefa específica.

Cometeram um erro grave no cálculo e adicionaram uma quantidade excessiva de urânio — 16 quilos, muito acima do limite seguro de 2,4 quilos. Esse erro levou a uma reação nuclear descontrolada dentro do tanque.

Um intenso clarão azul, conhecido como radiação Cherenkov, iluminou a sala, sinalizando a liberação massiva de radiação gama e nêutrons. Os três foram expostos a essa radiação mortal.

Hisashi Ouchi, o mais próximo do tanque, recebeu a maior dose, estimada em cerca de 17 sieverts (Sv) instantaneamente. Para comparação, o limite anual seguro para trabalhadores nucleares é de apenas 0,02 Sv, e a dose fatal para humanos é considerada acima de 5 Sv. Ouchi recebeu mais de três vezes essa quantidade.

Os efeitos foram imediatos e devastadores. A radiação destruiu o DNA de suas células, e seu sistema imunológico entrou em colapso, com a contagem de glóbulos brancos quase zerada, tornando-o vulnerável a infecções. Ele foi isolado em uma unidade especial na Universidade de Tóquio para protegê-lo de qualquer contaminação externa.

Nas semanas seguintes, seu corpo começou a se deteriorar rapidamente. A pele queimada pela radiação descamava em grandes placas sem regeneração. Ele perdeu líquidos e sangue através da pele e mucosas danificadas. Médicos relataram que Ouchi chegou a lacrimejar sangue, resultado da destruição dos tecidos oculares e vasculares.

Apesar da gravidade extrema, a equipe médica lutou para mantê-lo vivo com tratamentos agressivos e experimentais, incluindo múltiplas transfusões diárias, transplantes de células-tronco e enxertos de pele — que frequentemente falhavam devido à incapacidade de seu corpo se regenerar.

Durante os 83 dias em que ficou internado, Ouchi enfrentou dor intensa e múltiplas falhas orgânicas progressivas, incluindo três paradas cardíacas. Em 21 de dezembro de 1999, aos 35 anos, ele faleceu devido à falência múltipla dos órgãos, consequência inevitável da exposição extrema à radiação.

Seus colegas também sofreram ferimentos graves: Shinohara morreu sete meses depois, enquanto Yokokawa, que estava mais distante do tanque e recebeu uma dose menor, sobreviveu. O acidente de Tokaimura expôs falhas graves nos protocolos de segurança da indústria nuclear japonesa na época.